Cap. 2 - Bom relacionamento sexual em relações ruins


Ah, meu homem, amo-o tanto – ele jamais saberá. Toda a minha vida é só desespero – mas eu não me importo. Quando me toma em seus braços, o mundo se ilumina...
My Man

Muitas mulheres que amam demais já se perguntaram:
-Como podia o sexo ser tão bom, fazer nos sentir tão bem e unir-nos tanto, se não existia realmente nada entre nós? Por que isso funcionou quando nada funcionava?

Antes da recuperação, a mulher que ama demais normalmente apresenta as seguintes características, com relação a como se sente e como se relaciona sexualmente com homens:

- Ela pergunta: “Quanto ele me ama ( ou precisa de mim)?” e não “Quanto me importo com ele?”

- Muitas das relações sexuais com ele são motivadas por “como faze-lo me amar mais ( ou precisar mais de mim)?”

- Seu impulso de dar-se sexualmente a outros que acredita serem carentes pode resultar em comportamento que ela mesma rotula como promiscuo, mas tem esse comportamento primeiramente para a gratificação de outras pessoas, e não de si própria.

- O sexo é uma das armas que usa pra manipular ou mudar o parceiro.

-Ela, com freqüência, acha os conflitos de poder e de manipulação mútua muito excitantes. Comporta-se sedutoramente para conseguir o que quer, sente-se bem quando isso funciona, e mal quando não funciona. O fracasso em conseguir o que quer normalmente faz com que ela se esforce mais.

-Ela confunde ansiedade, medo e dor com amor e excitação sexual.

- Ela se excita através da excitação dele. Não sabe por si só como sentir-se bem; de fato, é ameaçada por seus próprios sentimentos.

- Ela se torna inquieta, a menos que o desafio de um relacionamento insatisfatório esteja presente. Não tem atração sexual por homens com que não tem conflitos. Ao contrário, rotula-os de “enfadonhos”.

- Ela sempre procura um homem que seja sexualmente menos experiente, para sentir-se no controle.

- Ela deseja proximidade física, mas , por ter medo de ser envolvida por uma outra proximidade e/ou ser oprimida por suas próprias necessidades de cuidados, só está confortável com a distância emocional causada e mantida pelo stress no relacionamento. Torna e medrosa quando um homem está disposto a ficar com ela tanto emocionalmente quanto sexualmente. Ou ela foge ou o afasta.

A pergunta do início do texto, merece ser estudada:
” -Como podia o sexo ser tão bom, fazer nos sentir tão bem e unir-nos tanto, se não existia realmente nada entre nós? Por que isso funcionou quando nada funcionava?”

As mulheres que amam demais frequentemente encaram o dilema de bom relacionamento sexual em relações infelizes e sem esperança. Fomos ensinadas que “bom” relacionamento sexual significa amor “de verdade”, e que, contrariamente, o sexo não poderia ser realmente satisfatório e realizador se o relacionamento não fosse, como um todo, correto para nós.Nada é mais verdadeiro para as mulheres que amam demais. Devido à dinâmica operando em cada nível de interação com os homens, incluindo o nível sexual, um relacionamento ruim contribui realmente para o sexo ser excitante, apaixonante e estimulante.
Podemos ser bastante pressionados a explicar à família e aos amigos como alguém que não é especialmente admirável ou simpático pode, no entanto, despertar em nós uma emoção antecipada e um desejo intenso nunca antes conseguido pelo que sentimos por uma pessoa mais agradável ou mais apresentável. E’difícil dizer que somos encantadas pelo sonho de acordar todos os atributos positivos que estão dormentes em nossos amantes.

O sexo é uma das formas primárias de tentarmos amá-lo saudavelmente. Todo contato sexual carrega todo o nosso esforço de modifica-lo. Com cada beijo e cada toque empenhamos-nos em dizer a ele como é especial e valoroso com é admirado e estimado. Temos certeza de que, uma vez que ele está convencido de nosso amor, será transformado em seu verdadeiro eu, ciente da incorporação de tudo que queremos e precisamos que ele seja.

Muitos casais, sendo sua relação saudável ou não, experimentam um bom relacionamento sexual após um briga. Depois de um conflito, dois elementos contribuem para um intercurso sexual especialmente intenso e extasiante: um deles é o já mencionado alívio de tensão; o outro envolve um grande esforço, após a briga, de fazer com que o sexo “funcione”, de forma a solidificar os laços do casal que foram ameaçados pela discussão.

“Olhe como estamos perto um do outro, como somos amorosos, como fazemo-nos sentir bem. Realmente devemos ficar juntos.”

O ato sexual, quando é altamente gratificante fisicamente tem o poder de criar laços profundos entre duas pessoas.Especialmente para as mulheres que amam demais, a intensidade do conflito com um homem pode contribuir para a intensidade de experiência sexual com ele, e , assim dos laços com ele.E o contrário também é verdadeiro. Quando nos envolvemos com um homem que não é tanto um desafio pode faltar fogo e paixão no âmbito sexual.

Os gregos usaram duas palavras diferentes, eros e ágape, para fazer um distinção entre essas duas formas bem diferentes de experimentar e que chamamos de amor. Eros,claro, refere-se ao amor apaixonado, enquanto ágape descreve o relacionamento estável e compromissado, livre de paixão, que existe entre duas pessoas quês e importam bastante um com o outro.

Eros: O amor verdadeiro é um desejo avassalador e despertado pelo bem-amado, que é distinguido como diferente, misterioso e esquivo. A profundidade do amor é medida pela intensidade da obsessão pela pessoa amada. Resta pouco tempo ou atenção para outros interesses.

Ágape
: O amor verdadeiro é companheirismo com o qual duas pessoas que se gostam estão profundamente compromissadas. Essas pessoas possuem muitos valores, interesses e objetivos básicos em comum, e toleram saudavelmente suas diferenças individuais.Outra medida da profundidade do amor é a predisposição em olhar para si mesmo de forma honesta para promover o crescimento do relacionamento e o aumento da intimidade. Estão associados ao amor verdadeiro os sentimentos de serenidade, segurança, devoção, compreensão, companheirismo, apoio mútuo e conforto.

A sociedade em que vivemos e os meio de comunicação sempre presentes que rodeiam e saturam nossa consciência confundem constantemente os dois tipos de amor. Prometem-nos, de diversas formas, que um relacionamento apaixonado(eros) nos trará contentamento e realização(Ágape).

Para as mulheres que amam demais o desenvolvimento da intimidade verdadeira com um parceiro só acontecerá após a recuperação.

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